domingo, 28 de agosto de 2011

... Estou de volta!!!

... O facebook despertou em mim a vontade de voltar a escrever no Blog!

Para começar, a frase da minha agenda para esta semana:
«Só os que se arriscam a ir longe demais são capazes de descobrir o quão longe se pode ir.» (T. S. Elliot)

quinta-feira, 2 de julho de 2009

TIRAR PARTIDO DAS COISAS MÁS

A "coisa" pior que me está a acontecer neste momento é o facto de, nos últimos 14 meses, só ter estado com os meus filhos 4 breves dias.
As circunstâncias que motivam esta triste ocorrência são diversas e, cada um dos intervenientes (pai, mãe, filhos) terá, concerteza, uma razão diferente para sustentar a decisão tomada. Por isso seria desonesto apresentar, unicamente, a minha visão dos acontecimentos.
Porém, para que fique bem claro, apenas direi que tenho tentado várias formas para conseguir inverter a decisão dos meus filhos que se refugiaram num silêncio insurdecedor.

Mas, nem tudo o que nos acontece é, necessariamente, mau. A título de exemplo, e para comprovar a afirmação anterior, recebi, esta semana, pela mão da autora (e minha amiga) Teresa Ferreira, o livro "Sementes de Bem-Estar na Sabedoria Chinesa", no qual encontrei citada a seguinte história:

"Um dia, um homem encontrou um casulo e resolveu levá-lo para casa para observar a sua transformação em borboleta. A certa altura, apareceu um pequeno orifício no invólucro e ele sentou-se a observar a borboleta enquanto lutava para forçar o seu pequeno corpo a sair através do buraco.

Até que, aparentemente, parou de fazer qualquer progresso. Como se tivesse chegado ao limite das suas possibilidades, não podendo ir mais longe. Então o homem decidiu ajudar a borboleta.

Pegou numa tesoura e cortou o casulo. A borboleta emergiu facilmente.

Mas qualquer coisa estava estranha. A borboleta tinha umas asas raquíticas e um corpo inchado. O homem continuou a observar a borboleta, na expectativa de que, a qualquer momento, as asas aumentassem, de forma a suportarem o corpo que diminuiria com o tempo.
Nada disto aconteceu e a borboleta viveu o resto dos seus dias a rastejar com as asas atrofiadas. E nunca conseguiu voar.
O que o homem fez, na sua simpatia e impulsividade, foi não compreender que o casulo que restringe e a luta necessária para a borboleta sair pelo pequeno orifício são a forma de levar fluidos do corpo da borboleta para as asas, de modo a esta poder voar, uma vez libertada do casulo.

Muitas vezes, as lutas são exactamente o que precisamos na nossa vida. Se percorrêssemos toda a nossa vida sem obstáculos, tornar-nos-íamos diferentes. Não seríamos tão fortes. Não conseguiríamos voar." (Lima, Margarida Pedroso. Posso participar? Ambar, 2006, p.89.)

Em conclusão, esta luta que estou a travar, para conseguir estar com os meus filhos, está a tornar-me mais forte. Estou ansioso por lhes dizer, olhos-nos-olhos, o quanto gosto deles, para lhes mostrar como o meu abraço é mais apertado do que nunca, como os meus carinhos são calorosos e sinceros e, vivendo o presente, voaremos até ao futuro.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

segunda-feira, 15 de junho de 2009

quarta-feira, 10 de junho de 2009

O QUE É UMA «BOA ESCOLA»?

Na sequência de um pedido para colaborar num inquérito, que está a ser realizado no âmbito de um Mestrado em Ciências da Educação, foram-me colocadas duas questões cuja simplicidade era inversamente proporcional ao grau de dificuldade, caso não quisesse cair em lugares (muito) comuns... e não queria!
Entre as respostas possíveis, estas foram as que me ocorreram, depois de muito pensar no assunto:

1 – O que pensa da sua escola? Considera-a uma boa escola?
A minha escola é uma escola, como tantas outras, situada numa área metropolitana. Tendo em conta a sua localização geográfica é uma escola em que os seus alunos têm características socioculturais e económicas muito heterogéneas. Deste modo, podemos considerar que existem várias escolas dentro da escola. Na prática, isto significa que, no universo de professores, pais e encarregados de educação, alunos e funcionários, podem existir perspectivas muito distintas, dependentes das experiências vividas. Esta situação causa extremas dificuldades na resposta à questão com que várias vezes sou confrontado: “Achas que devo matricular o meu filho na tua escola?”.
Mais difícil se torna responder à questão: “Considera-a uma boa escola?”. O significado de “boa escola” é muito vago, dado que “escola” envolve uma multiplicidade de aspectos. Para responder com honestidade apenas poderei afirmar que está longe do meu imaginário de “boa escola” que, muitas vezes, fica bem juntinho da “utopia”. A resposta possível está depois da próxima questão.

2 – O que faz de uma escola uma «boa escola»?

Para definir uma boa escola, o melhor será descrever uma “boa escola” que tive o prazer de visitar. Quando cheguei retive o aspecto agradável onde a natureza e os edifícios bem cuidados se encontravam em sintonia. À entrada, o funcionário cumpria as regras de segurança, dispensando um sorriso a cada membro da comunidade educativa (aluno, professor, funcionário ou encarregado de educação). No Conselho Executivo (actualmente seria "no gabinete do(a) Sr(a). Director(a) fui recebido com agrado e dispensaram-me todos os esclarecimentos e informações – forneceram-me os contactos dos professores de quem passaria a depender hierarquicamente. Também estes foram afáveis no trato.

Quando me dirigi às salas de aula, reparei que os alunos me aguardavam ordeiramente, entrando na sala sem atropelos. Sentaram-se nos lugares previamente marcados pelo Director de Turma e aguardaram em silêncio que lhes indicassem o que iríamos fazer naquela aula. Quando a actividade ou aquilo que lhes ensinava lhes oferecia dúvidas, levantam o braço e ficavam atentos à minha explicação. Fazia uso do meu bom-humor sem riscos de que a situação causasse instabilidade. Por vezes, os alunos elogiavam-me no final da aula, dizendo que os cinquenta minutos tinham passado rapidamente. Retribuía-lhes o elogio com o meu melhor sorriso.

Nas reuniões de professores, com ou sem a presença de alunos e encarregados de educação colaborávamos uns com os outros, embora nem sempre estivéssemos de acordo.

No final dos períodos sentia-se que a Escola ficava mais vazia… e triste! No final do ano lectivo sentíamo-nos desconfortáveis pela acumulação de trabalho burocrático e pela falta de alunos. Mesmo assim, eram os auxiliares de acção educativa (actualmente, "assistentes operacionais" ou "assistentes administrativos") que efectuavam as tarefas mais rotineiras (assinalavam as faltas, colavam fotografias, efectuavam matrículas, tratavam do correio, etc.).

Foi, ainda, no final do ano lectivo que me lembro de ouvir o comunicado do Sr. Ministro da Educação elogiando o trabalho realizado pelas escolas, destacando o envolvimento cooperativo e o espírito de entreajuda desenvolvido por todos. Os resultados escolares não eram os melhores mas eram verdadeiros, sem facilitismos exagerados.

Entretanto, acordei com o toque mecânico do despertador e preparei-me para regressar à “escola real”.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

TORNAR O MUNDO NUM JARDIM HABITADO

«Conhecer alguém que pensa e sente como nós, e que embora distante, está perto em espírito, eis o que faz da Terra um jardim habitado.»
Goethe, in Existes, Logo Ama!, Colecção Retalhos